segunda-feira, dezembro 04, 2006

precipitação

as certezas...elas...são facilmente evaporáveis
se juntam lá em cima...aglomeram...confabulam...
na forma de nuvens
grossas...espessas...
com suas carnes fartas e nada táteis...

mas sempre tem um dia
em que bate um frio norte...
massas de ar estranhas...
usa casaco, roupa de lã, luva
que quando chegar a noite
elas, as certezas, caem e te molham
precipitadas em forma de chuva.








rigoberto lima.........

segunda-feira, novembro 06, 2006

gafieira bourbon

se apressa, vai!
se arruma, aí!
muita coisa já passou
mas muita festa ainda está por vir!

me ama, vem!
me nega, não!
sei que já te fiz chorar
mas já penhorastes tanto o meu perdão

fui teu sentinela
segurei o teu cansar
não deixei passar brisa fria pela janela

e agora vem você querendo me maltratar
estampa na tua cara que não gosta mais de mim
vem sorrindo que não...
mas os teus quadris te contradizem
me dizendo sim!






rigoberto lima...notoriamente se considerando um sambista!

ps:.isso é um samba lindinho que só ele!

segunda-feira, outubro 23, 2006

daughter

sabia que era culpa sua.
tinha certeza. nada me tirava essa certeza.
uma angústia. um aperto no peito. uma vontade de estar perto. mesmo sem poder tocar, sabe!?a culpa era toda sua. Minha filha. Nem coloquei os olhos em você ainda, ainda não tive tamanho prazer. Ação essa que já me tira o folêgo só de pensar. Nas tuas mãos pequenas. Olhos fechadinhos. E na certeza desse amor desesperado e incodicional que me nao me çarga mais. É novo isso! Não ter visto e já gostar. Já amar de um jeito que parece que os batimentos cardíacos são audíveis a quem se encontra no raio de uma milha desse chão que eu piso. Minha filha. Você já tem música , sabia?

Não vivi muito na vida, tenho que aprender muita coisa de verdade ainda: a me organizar com dinheiro, a ter mais responsabilidades, aprender a tomar comprimido, trocar fralda, desenhar, pintar...mas tem coisas que já aprendi e que sei que são universais e são pra vida toda. Queria que você ouvisse ou se tiver idade e discernimento colocar os olhinhos aqui e se desembestar a ler não importa se nas primeiras letras ou depois de muito tempo isso escrito...apenas ...leia!
- medo de escuro?é normal...mas não tem nada nele.

- escovar os dentes quando acordar , antes de dormir e depois de toda refeição.

- respeitar pai e mãe sempre (não significa obedecer sempre, mas respeito é universal e com pai e mãe tem que ser dobrado, pois eles vão respeitar sua opinião)

- arrumar o quarto, ao menos umas 3 vezes por semana (não seja que nem eu , por favor!)

- cultive amigos. Você conhecerá várias pessoas durante a vida, vai ficar próximo a dezenas delas, vai sorrir com elas...mas cultive bem mais próximos de você aqueles que a sinceridade soar sempre mais alto...talvez não sejam muitos...mas sempre são sinceros.

- aprenda a engolir comprimido o mais rápido possível.

- quando você estiver crescendo sempre vai querer ser igual aos outros, porque vão te dizer que isso é o normal, é o certo. Normal e certo não existem...e ser diferente as vezes é que é o caminho que te foi traçado e isso pode ser bom.

- família?respeito...sempre...se faltar alguma coisa?respeito sempre. Se te doer alguma coisa?respeito sempre. (demorei pra entender isso!)

- tenha um animal de estimação sempre perto. Gato ou cachorro (prefiro cachorro!)

- escola? tem dias que vão ser difíceis. Demais e crueis até pra uma criança mas você vai ter que ir. E quando você estiver por lá , muitas vezes não vou estar por perto pra te dizer o que fazer, te dar conselho , te dar colo...nessas horas voc~e vai ter que se virar sozinha..desculpa...mas esses dias vão chegar...seja forte...tenha pulso...e seja você)

- sei que não posso direcionar isso...mas por favor...tenha bom gosto pra música!

- doce de leite é bom!

- tente não querer er adulta antes do tempo. Aproveite! (nesse ponto vou me intrometer demais...acredite!)

- suco de maracujá também!

- Sempre que puder, viaje. E viaje bem!

- Se for dar amor alguem(amigo, amiga, cachorro, gato, planta) não peça nada em troca...o amor é seu e só...os outros que decidam o que querem oferecer.

- muito provavelmente você vai ter irmãos. Ame-os. Com eles você vai poder contar pro resto da vida.

- Gaste água o suficiente. Quando for lavar os cabelos: desligue o chuveiro. Quando estiver lavando louça: desligue a torneira.

- Lixo? tem o lugar dele. E não é no chão.

- Goste das pessoas as mais simples. Não as mais simplórias. E isso não tem nada a ver com dinheiro.

- Durma sempre em boa posição.

- Não seja nunca maldosa com o pretexto de apenas dizer a verdade.

- quando contradizer alguem tenha sempre logo depois uma palavra de consolo. A maioria das pessoas não tem a cuca fresca pra ouvir idéias contrárias as suas.

- aprenda a dividir.

- Ame.



è um pouco do desespero que tenho pra te passar. Além disso. Só espero te ver logo. Até a vista.





rigoberto lima......feliz.

sábado, setembro 30, 2006

dama do lotação - parte final

- não pára...putz...não pára...olha pra mim...olha pra mim...(suores despudorados)...aperta...mais forte...não pára!!!!olha pra mim...me beija...(mais sussuros que não podem ser escritos pois não foram entendíveis...mais suores e fluídos corporais de ordem espessa repousam por sobre a cama...tudo é quente...mas nada é ruim)...enfia desse jeito...não pára...( "no one knows" do queen of the stone age ditando o que é ir e o que é vir no meio dos quase gozos molhados e inchados)...mais gemidos inaudíveis, sussuros manhosos ao pé do ouvido dele...

Era uma dia de lei seca.Dia de eleição.Mas não havia nada de seco naquela cama. Pernas. Entre pernas. Boceta ou pau. Tudo era desmedidamente enxurrado de sexo. Era amor o que eles sentiam , sim...que não haja dúvidas em relação a isso. Mas naquela hora eles estavam trepando. Já se faziam 15 minutos que ele a penetrava. E ela com toda sua vergonha aberta só tinha a sorte e felicidade de pedir mais sempre segurando a nuca do parceiro, companheiro, amante , amor...como queiram julgar. E ele com toda sua vergonha enfiada não tinha mais o que fazer senão continuar a penetrá-la, apesar das dores abdominais que ele sentiu por volta dos 5 minutos o que o obrigou rapidamente a diminuir o andamento ritmico das penetrações, mas parar de fodê-la? Nunca. Ela estava gostando de olhá-la. Esguia. Longilínea. Olhava pra seu rosto. Olhava pro pau entrando e saindo. E quando o olhar dele se desviava para o ato de penetrá-la em si ela não se fazia de rogada e seguia a retina para o foco de atenção dele também e vislumbrava aquilo com um carinho absurdo. Talvez o olhar mais tenro sobre um encaixe de genitálias que poderia ser presenciado por alguém. Mas o alguém era ele. E um era só do outro.
Ela agora estava de quatro. Eram os 17 minutos de penetração. Obviamente o cansaço contava a essa altura. Mas era terminantemente compensável quando ela torcia a cabeça pra poder olhar pra ele ao longo de suas costas lindas e largas, e com um zelo cerimonial pedia: - me fode!
A música mudou. "You were the last high", dandy warhols. Era esse som que vaporizava todo o quarto agora.
Boceta.Molho.Som.Dandy.Fode.Empurra.-goza agora que eu vou gozar também. Ele solta todo aquele líquido quente dentro dela de um modo que só ela sentiria como. Ela o seguraria ainda bem apertado no meio das pernas por algum tempo. Os dois se abraçaram por um bom tempo ainda em meio aquele caldo suado que deslizava entre os dois. Era amor, sim...que não haja dúvidas em relação a isso. Mas naquela noite eles tinham trepado. Fodido de um jeito que eles nunca esqueceriam. E que mesmo sem saber eles repetiriam aquilo quantas vezes fosse possível sem o mínimo pudor ou senso de hora , local, posição...e repetiriam por muitos anos ainda. Mesmo eles não sabendo.

Ele vira pro lado. Uma falta de força toma descomunalmente quase todos senão todos os músculos do seu corpo. Quase que adormecido ele sente uma desesperada vontade de sussurar o suficiente apenas para ela ouvir , toda feliz e jogada do outro lado da cama: - não sei o que pensa...o que vai fazer...mas quero ser teu homem...você é confortável a meu corpo e a minha cabeça...quero ser teu homem...eu que te peço...me aceita...
ela estende o braço bem devagar , apenas para poder toca-lo nas costas muito delicadamente...
- desde sempre...desde sempre , meu homem!

Dalila teria 4 filhos. Três meninos e uma menina. Pedro , João, Francisco e Dalila. Seria ótima mãe. Doni seria um pai como todo pai tem que ser: suficientemente amabilíssimo. Ela nunca mais repetiria os devaneios dessa noite. Eles brigariam várias vezes. Ele sentiria ciúmes dela por várias vezes. Ela desconfiaria dele por muitos e muitos motivos. Os dois pensariam em desistir em algumas esquinas. Mas eles não fariam isso. De forma alguma. Era amor o que eles sentiam, sim...que ninguem duvide disso, mas isso não cabe mais ser contado nessa estória. Nossa parte na vida de Dalila se encerra aqui.








rigoberto lima...com uma coisa boa dentro de si...invadido pela visita do alfaiate orgânico da felicidade natural...mas ainda contista de quinta.



* para ouvir lendo essa crônica:
- no one knows, do queen of the stone age
- you were the last high, do the dandy warhols

quinta-feira, setembro 21, 2006

ponteirinho de relógio

aquele dia em que você sorriu
aquele dia em que o sol nasceu

ponteirinho de relógio
com horinha atrasada
é a tua cabecinha]
toda despenteada
é o teu coraçãozinho
que não pára de bater
que não pára de bater
em mim

assim era pra ser
joguei os búzios , as cartas
mas era fácil de prever



rigoberto lima......nas horas vagas...feliz o suficiente pra lhe sorrir sincero

terça-feira, setembro 05, 2006

magnética

Acendeu-se tudo enfim
Dessa tua luz de entardecer sem fim
só não vê quem não quer
pois brilha demais essa luz
que vai ninando minha fé

tuas vidas...teus sapatos...
teus amores...teus quereres...
teus olhares...os teus cheiros...
tuas costas... teus sabores...

são tão bons de ter
sentir , cheirar , pegar
toda esquina tem um sabor de tudo
com esse jeito teu de olhar agudo
mesmo parecendo idiota
pergunto se não dói quando bato a porta.

nunca te disse mas
cada linha me soa
patética,
hermética,
sintética,
fonética,
simétrica.

isso pq meu coração é feito de metal
mas você é toda, irreparavelmente , magnética!



rigoberto lima.........poeta de quinta , contista de quarta....e louco pra que dalila tome um final feliz pra ela!

quarta-feira, agosto 23, 2006

tenha medo de mim

tenha medo de mim
não sou das melhores companhias
não sou dos mais responsáveis
sou daqueles que te carregam pra esbórnia
nessas noites bem mais frias
sou desses que os pais mais amáveis
se entalam com os palavrões
sou desses que abalam as relações mais estáveis
dos que se embebedam ao som
dos vários e vários refrões.

tenha medo de mim
idolatro meus chinelos
venero minha cama
tanto faz:alcôva ou descanso
sou daqueles que ama
mas ainda sim,
odeio as gravatas, os botões e o pudor manso

tenha medo de mim
é prazer zombar dos relógios e horários
é delicioso apontar na rua os apressados
com seus intinerários

tenha medo de mim
sou daqueles que perdoam a todos e a tudo
se vejo e não gosto
não é do meu feitio e apreço
ficar mudo
grito, brado, faço sempre cara feia
sempre esqueço o final da oração
nunca chego na certa hora da ceia

tenha medo de mim
ouvir "nãos" não me abala o bastante
acho que tampouco o suficiente
pra me deixar imóvel sequer um instante

nem todos os avisos da estrada
são tolos...acredite!
tenha medo de mim
da parte que me cabe até me empenho
mas eu que sou eu a tanto tempo
sei de onde esse medo vem
e ainda o tenho.








rigoberto lima...notívago que se meteu a fazer poema pela madrugada insone...mas ainda tocador de quinta.

segunda-feira, agosto 21, 2006

solstício

Aquele jeito errado
De falar as coisas certas
Aquela janela bem fechada
Com aquelas portas bem abertas

É desvio de estrada...não seja certo
É ter noção do erro
poder tocar e saber que está tão longe
quanto tão perto
É ter a certeza
de se sentir feliz e sincero ao mesmo tempo
E se ver perdido a contento

Horas de meu solstício de verão
Sem aquela brisa
Medos de meu solstício de inverno
Que me arrepiam cada pêlo externo
Tempestade longilínea caindo pela varanda.
É meu hemisfério norte
É chuvisco que me desmancha
É vapor de amanhecer sem sorte
é faca que rasga
e onde quer que passe me faz um corte.






rigoberto lima..........hmmmm.......feliz....claro!

sexta-feira, agosto 11, 2006

dama do lotação - parte IV

- "e era luz o que se fazia breu
somente nessa hora...nem vespertina
nem matinal
se fazia de judeu um cristão
que se liberta todo animal contido,forçado
nessas mãos calejadas
nesse peito sofrido
creio que não...
mas te ofereço partes rijas e cheias de sangue
te ofereço meu sexo e e por assim dizer
um coração."

- e desculpa...meu nome é Doni.

Não precisava dizer mais nada. Dalila, que não tirava os olhos dele, sabia.

Foram as palavras dele. Uma poesia. Uma desculpa. Um nome. Ele recitou tudo isso em um tom talvez até triste , bem resoluto e com um olhar tenro para Dalila, nem pareceia que ela acabava de masturbá-lo. Doni era bonito realmente. Um belo exemplar do sexo masculino. Mas não carregava sobre o rosto o ar de quem usava ou ao menos sabia disso. Parecia que sempre foi dos tristes e não desses esteticamente bem distribuídos que sabia o que fazer com a beleza , se é que isso seja de fácil compreensão.

Ele pisca e parece tomar par da situação. Olha para o colo e vê seu pênis em estado de repouso pós-ejaculação e vê respingos de líquido espesso , grosso tinlitando toda a região envolta do zíper. Dalila engoliu grande parte como já foi dito. Doni se apressa em pegar um rolo de papel higiênico já em seus metros finais, como se aquilo fosse hábito, não a felação , mas o filme , os pepinos , as cordas , a esteira , o cinema , seu ar triste, sua beleza contida e tímida. Rotina que foi quebrada. Dalila tinha chegado sem o mínimo respeito e ignorado toda essa escolha de ser sozinho.
Ele se levanta rápido e vai andando até a porta.
- Você tinha que fazer isso?
Dalila se levanta e sem entender muita coisa vai atrás dele.
- Como assim fazer isso?
- Chegar assim...fazer aquilo lá e não dizer nada? - continua ele andando apressado e Dalila atrás dele.
- Mas você tambem me fez carícia.Você também me fez carinho!
- Masturbar uma pessoa que você não conhece não pode ser bem caracterizado como carinho....é....como é teu nome mesmo?
- Dalila. Mas foi consentido. Dá pra parar, caralho!?!?!?!

Ele pára.ela também. a distância entre os dois é de exatamente 3 metros e 36 centímetros. A umidade relativa do ar é de exatamente 34%. a temperatura ambiente é de 26 graus. Eles estão no meio da rua. Não tem lua cheia como testemunha (clichê demais! ),mas sim uma lua minguante. Dentro da mochila dele ressonavam: três revistas de cinema , um filme pornô sueco, um rolo ralo de papel higiênico , Clarissa do Érico Veríssimo, meio pacote de biscoito de chocolate semi-consumido antes de conhecer Dalila, Guerra e paz do Tolstói, o apanhador no campo de centeio de JD Salinger, um vinil da Julie London , um vinil do Cartola, fita adesiva, celular com R$ 2,56 de crédito.
Existirá modo melhor de se dar partida a um amor que começa tão suave e carinhoso dentro de um cinema pornô num canto boêmio da cidade próximo a puteiros , putas, canalhas , covardes e próximo do estranho que de longe sentado assistia tudo.

Doni se vira.
- O que você quer?
- Saber se é você.
- O que tem eu?Eu deveria ser o que?
- meu fôlego, minha ilusão , meu sim , meus "porquês", meu cheiro , meus cafés da manhã , minhas roupas espalhadas pelo chão do quarto , meu dedo enfiado bem fundo, meus filmes , minhas respostas , meus fins de tpm , meus amores , minha buceta umedecida e quase molhada como agora , meu homem-menino! Aceita?Sei que é você!




to be continued...

finalmente Dalila vai ter um fim na próxima!!!!!

rigoberto lima , bem menos devasso!!!!!

quarta-feira, julho 26, 2006

dama do lotação - parte III

Extasiadamente cansada. A cabeça doía. "Cadê minha calcinha?Ainda é madrugada lá fora? Mas onde é 'aqui dentro'?"
Levanta a cabeça...olha ao redor do quarto...escuro...mal iluminadamente de maus gosto....digno de um inferninho...um puteiro sujo...Vê o estranho com uma das mulheres que provaram do gosto de suas pernas entreabertas esparramados em uma poltrona ocre no canto mais escuro do tal quarto de abate. A mulher dorme. O estranho parece apenas ressonar. Dalila levanta. Avista a bolsa. Vai até ela. Não levaram nada. Encontra o que procurava. Remédio pra dor de cabeça. "Que merda...o que foi que houve aqui?"
O estranho já está de olhos abertos e olhando para ela.
- Vamos? - pergunta ele
- Vamos - responde naturalmente ela sem desviar o olhar do chão como se mulheres jogadas pelo chão vindas de uma possível,orgia fosse normalíssimo na vida da jovem...procura sua peça íntima perdida não sabe como. Não acha. Sai sem calcinha mesmo. A vulva inteiramente mais a disposição de bulinações e violações consentidas.
- Que horas são?
- Você disse que queria ver muita coisa...vou tentar te mostrar...Mas não preocupa, você dormiu pouco. O que eu te dei faz dormir pouco.
- o que você me deu!?
- Ilusão.
Ela pra não parecer infantil demais , calou-se , como se tivesse entendido.
Eles caminham pelas ruas escuras. Ele sabe pra onde vai. Ela, claro que não.
- Qual o motivo de tanta revolta com o mundo? Uma garota assim , tem tudo no mundo. Papai e mamãe devem dar de tudo. Deve ter sucrilhos todo dia. Vitamina. Chuveiro elétrico. Roupa importada. Pra que isso mesmo?
Ela anda em silêncio. Parece não querer responder. Os olhos começam a querer fechar e o rostotenta evitar um choro. Inevitavelmente em vão. Uma lágrima despenca. Seguem outras.
- Falta de calor. Vida em gelo. Tudo parece sempre igual todo dia. Ninguem entende. Nada muda...da tonalidade gelo pro cinza. Nunca vivi. - fala Dalila com a voz chorosa.
- Se você tivesse me pedido amor eu te procuraria amor nessa noite. Mas você me pede um pau pra te comer.
- Mas não vi nenhum lá dentro do quarto. Só o tinha o teu que nem vi no caso. Você me comeu lá? - pergunta Dalila já enxugando as lágrimas.
- Não. Não poderia.
- Você é veado?
O estranho ri bem alto e ressona na rua inteira o sorriso dele...aquele poder que a madrugada tem de amplificar os sons.
- Não...não sou.
- Que conversa é essa de me dar amor se eu tivesse pedido? que merda é essa de você me dar ilusão? e pra onde você tá me levando?
- Pra onde seu desejo será realizado.
Dobram a esquina.
Um cinema pornô. Desses que tem sessão de madrugada. Desses que vai a pior raça de punheteiro da face da terra.
- Que merda é essa? - reclama ela.
- Você não queria um pau pra que pudesse te comer? Aí você vai achar? Pode entrar...escolha....garanto que os cretinos que estão aí vão aceitar ...é só escolher um...ou mais...decida. Se você não quiser...eu vou estar perto...é só me chamar!
Dalila entra no cinema. Paga sua entrada. Quase nada.
O estranho explica que o cinema na década de 50 projetava filmes do fred astaire , por causa do dono que adorava. Fez fortuna com isso. Com grandes musicais americanos. Vendia ilusão também. Mas ele morreu no dia da estréia de "terra em transe". Os filhos nunca deram importância pra paixão do pai. E hoje é só um cinema pornô.
Dalila entra na sala escura. Na tela, posições quase que inenarráveis. Dalila ruboriza ao ver aquilo. Três mulheres. Um homem. Dois pepinos. Uma esteira de ginástica. Algumas cordas. E muito suor.
Os olhos de Dalila começam a acostumar com a escuridão. E a passos lentos cria coragem e começa a olhar pras cadeiras. Homens devidamente sentados , olhos fixos na tela , como se fossem crianças se vislumbrando com o desenho animado preferido. Os zípers devidamente abertos. As mãos devidamente ocupadas e algumas movimentando-se frenéticas outras mais calmas. Cada um sentado a no mínimo duas cadeiras de distancia de cada um.Dalila senta onde tem distancia de três cadeiras. O homem que sentava na esquerda dela se levanta e vai bater punheta em outro lugar da sala escura. Os pepinos começam a ser usados na tela. O homem da direita nem tira os olhos da tela. è um cinéfilo se deleitando com uma obra de Ingmar Bergman. Mas batendo punheta, claro. Ele nem homem é. Tem seus 22 anos de idade , imagina Dalila. È bonito. Ela logo tem vontade de masturbar a presa. Não se faz de rogada, pula uma cadeira. Senta do lado dele. Desliza a mão pelo braço dele , cehgando até onde a mão dele estava. No pau. Era a primeira vez que ela pegava em um diretamente em um. Sentia contrações. A textura. Ela o masturbava freneticamente. Rápido e bem rápido. E ele? Nem olhou pra ela. Parecia em ecstâse pela magnífica obra cinematográfica que assistia. Pepinos.Esteira. Cordas. E Descendo a mão pela barriga de Dalila começa a retribuir o carinho. Novamente um dedo. Dessa vez sem calcinha. O acesso era facilitado. Aquele dedo era diferente. Ele mesmo sem nem ter olhado pra ela sabia onde colocar o dedo. Os dedos. Ela involuntariamente , desce a cabeça até o pau dele. Sorve. Porra de "sorve"...chupa...de verdade. Lambuza. Se faz. Descobre. Lambe.Brinca. Língua. Esporro. Engole. Limpa. Levanta.
- Meu nome é Dalila. - passando a mão pela boca.


to be continued.....








rigoberto lima....sem controle da história.....eles é que dizem pra onde vão agora. mas ainda depravado.

terça-feira, julho 18, 2006

dama do lotação - parte II

Ela desce do carro ainda senstindo as pernas trêmulas e com uma leve sensação estranha no corpo inteiro , um frio que atravessava sem permissão nenhuma cada parte do corpo.
Dalila atravessa a rua. Ainda sente os dedos , digitando insanidades obscenas. Para em uma zona meio boêmia da cidade. Lugar frequentado por músicos , pintores , atores (de teatro)...nada elitizado , não um lugar frequentado por gente fresca, orgulhosa apenas.
Entra no primeiro bar que achou dentre os vários daquela rua. Rua essa que era mal ilumidada. Pede uma cerveja. Lembra que só tomava cerveja quando seus pais em alguma festa de família também tomavam. E era raro. Minha primeira cerveja sozinha. O garçom vem e traz a cerveja, um copo. Abre a cerveja. E sai. "grosseiro filho da puta" - decreta Dalila. E chega até a se sentir mais adulta por pensar em palavrões daquela forma, sem pudor como seria dentro de casa.
Não demora muito um homem com seus 30 anos , deve-se supor , pede pra sentar ao lado de Dalila na mesa."Ele tem a barba por fazer...então acho que pode" , pensa ela.
- Pode sim.
- Obrigado. O que uma moça novinha feito você faz sozinha aqui em um lugar desse da cidade? (ela realmente parecia mais velha com aqueles trajes , aquela quase vulgaridade , mas a ele era meio difícil enganar)
- tenho 19...quase 20.
- Continua a ter pouca idade.
- Veio aqui pra falar da minha idade?
- Não, só atrás de conversa.E você atrás de que?
Ela se inclina pra frente, o busto se coloca sobre a mesa(nada demais os seios nem fartos são , mas ainda sim é uma fêmea disposta)
- Atrás de um pau pra me comer.
- Coisa fácil de se achar por aqui.
- Não pode ser qualquer um. Tem que ser quem eu escolher
O estranho solta uma risada como se não acreditasse no que aquela menina dizia.
Ela?ruboriza. (claro , mulher não se transforma do dia pra noite)
- Tá rindo de que?posso saber?!
- de você , ora! Que conversa é essa de quem você escolher? Conversa boba. Posso te mostrar muita coisa agora, você quer?
- Quero! (sem nem ao meos saber o que era!)

Dois minutos depois eles estavam em uma boate , com uma realmente vulgar agora...tudo se via por lá...mulheres se beijando e trocando carícias nada tímidas no meio da pista de dança. Homens e homens trocando intimidades nada ortodoxas. Ela tinha ouvido falar de homossexualidade. Mas ver? Assim de verdade , Ela , nascida em berço de ouro , estudado nos melhores colégios , Recebeu sempre a melhor proteção que qualquer pai , mãe e muros altos podem oferecer a uma criança...Ela nunca tinha visto de perto!
O estranho oferece duas doses de uma bebida forte a ela. "de uma vez , vai"
Ela obedece. Na primeira dose ela quase vomita. Na segunda ela mal sente o que passa pela garganta. Não demoram dois minutos para ela já estar no meio da pista , em meio a outras mulheres , a linguas , a suores , a bocas , a mãos.Não já não está na pista , está em um quarto , aquele gosto travado de alcool na boca. não está sem roupa , e algo bem leve lhe acaricia o sexo agora. Ela sente mais de duas mãos lhe afagarem os seios (pequenos seios no caso) , ela olha e vê mais três mulheres se espremendo em uma cama , e tem a impressão de ver o estranho no canto do quarto. mas o quarto gira , e o sexo continua a ser acariciado bem leve , contínuo. Era a lingua de uma das três. Provavelmente a líder da matilha que primeiro saboreia o alimento. AS outras duas se contentam com os seios. E assim Dalila era devorada. Sentindo sua boceta inchar mais ainda. Os seios avermelharem de tantas mordidas e chupadas. "Porra..elas não tem barba por fazer" , reclama Dalila. E Dalila chupa sua primeira boceta.Seu priemiro contato com o sexo igual. Não sabe onde coloca a lingua , onde chupa...mas nada nervosa.

o estranho se delicia no canto do quarto.




to be continued.




rigoberto lima , depravado.

segunda-feira, julho 10, 2006

dama do lotação - parte 1

Magra para um padrão rígido de estética. Retilínea.Era uma "peso-médio" entre as mulheres(nada a ver com peso, mas um conjunto todo) Poucos amigos, acho que nem mesmo os tinha e se os tivesse . Mas ela queria ser diferente essa noite. Tirou os óculos.
Por falta de prática com maquiagem exagerou um pouco.
Por nunca ter sido vaidosa ficou com um arzinho vulgar na roupa.
Por ser ridicularizada na escola tinha vontade de ser diva naquela noite , daquelas bem maldosas.
Por nunca ter trepado e ter 19...ela queria passar de mão em mão naquela noite.
Por ter se apaixonado por um carinha bobo , desses idiotas metidos a alguma coisa , estereotipados...em toda turma tem um , e ter ouvido dele um sonoro "você não é pra mim e nem é mulher pra se apaixonar" , ela queria ser o que não era...parecer o que não é.
Apesar da maquiagem quase exagerada , do salto desengoçado , das meias , da saia pequena demais , do jeito como espremia os olhos para tentar enxergar alguma coisa sem os óculos , Dalila pareceu o que seria uma mulher....mesmo e apesar do jeitão magro demais...ela pareceu mulher naquela hora (só pareceu...) , ela sem querer exalou feromônio.
Saiu pela janela.Os pais já dormindo.
Pegou um táxi.O taxista olhou de canto de olho umas duas vezes pra ela.Feromônio. E foi rodar a cidade.
"Hoje vejo um pau de verdade...Será que vai doer?...será que vão me querer?...Como coloca uma camisinha?...ah! quem tem que saber é o homem e não eu...Eu não saio assim , sozinha...vou voltar...Não!volto não!...Perco a virgindade hoje...Se todo mundo trepa é por que deve ser muit..."
- Vai pra onde , moça!?
- Ahn?
- A senhorita vai pra onde? ´Não sei pra onde ir!
- hmmm(se angustia...por não conhecer nada na noite...definitivamente era uma má idéia)
- Vou parar o carro aqui e a senhorita decide.
- Pra onde uma moça como eu iria , moço!?
- Como posso saber...não lhe conheço , moça!
Ela olha pro taxista...Ela ruborizou...Baixou o rostona mesma velocidade angustiante que levantou.Queria olhar de novo...ele era bonito...tinha voz bonita...e não parecia ser vulgar...olhou de novo e num lapso de coragem que nem ela sabia de onde vinha solta um bem audível:
- Pra onde você me levaria?
- Pra minha cama!
- Por que não leva!?(não...não era Dalila...aquela mesma que nunca tinha beijado...mas adorava ver beijos em filmes , novelas , fotos e as vezes dependendo do que via...umedecia por entre as pernas)
- Sou viúvo e tenho 3 filhos em casa...eles não iriam gostar!
- E aqui no carro?!? - disse afoita
Ele com a barba por fazer , roça o pescoço dela... - sensação essa que ela iria gostar entre todos os homens que ela teve até o fim da vida.
Toca muito de leve os lábios dela...E mostra a ela o que um dedo bem suave e bem colocado pode fazer a uma mulher. Ela segura a respiração...sente por entre as pernas , não mais umidade...mas algo bem molhado. Mas nada de gozo...nao no começo da noite...assim.
Ela queria outra coisa entre as pernas...bem fundo.


to be continued...




rigoberto lima....contista depravado.

segunda-feira, julho 03, 2006

ela: - você me ama mesmo?
ele: - essa pergunta de novo , bem?são 5 e 28 da manhã...tô com sono.amanhã de manhã te respondo (sorri sorrateiro sabendo da reação dela)
ela: - é desse jeito(dando um tapa de leve nas costas deles que ele mal sente por causa das cobertas)?é assim que me trata?
ele: (ri...e se senta na cama virado pra ela)...dá um abraço!
ela : - não!!!
ele: - deixa de bobagem...te amo de um jeito calmo , manso , meu...não precisa de outdoor , não precisa de fogos de artifício.
ela: - às vezes sinto falta disso...do saber!
ele: (se aproximando bem devagar do ouvido dela)
- pois saiba...você é minha única , adoro tua cabeça , sei dos teus defeitos , sei das tuas curvas , cada centímetro do teu corpo , tudo em você me atrai , eu não seria do jeito que sou se não te conhecesse , tudo em você me faz melhor , a manhã muda , o sabor do café é diferente , você é novidade todo dia...novidade que já conheço , minha estrada , minha chegada. Daqui a 50 anos eu te repito isso. Agora , dorme!!!!


O despertador dispara.
Ele tem que levantar.
Ela tem que levantar.

ela: - prepara meu café ?
ele: - tá bom!





rigoberto lima...contista de piegas e de quinta.

quarta-feira, junho 28, 2006

prometo!!!!

alguém a de levar
essa coisas da tua cabeça
alguém a de colocar
um sorriso estalado no teu rosto

mas tem que ser eu
prometo te dar carinho , algodão doce ,
ouvir chico no escuro da sala
dançando devagar
como se nada fosse
mas tudo vai ser
vai ter música ,chocolate,
nós em uma rede
é fácil de prever
por que?
simples...
eu quero...eu vou ter
e você?
ah...espera só...vou te dar alegria.


alguém a de tirar essas
lágrimas do teu rosto.

mas tem que ser eu.
prometo dar atenção naqueles dias
prometo te levar ao cinema quando vc desejar
prometo te dar o controle da tv
prometo enlaçar nossas pernas em noites frias
prometo voltar cedo pra casa e te fazer surpresa
com um jantar

mas...vai ter que merecer...
pra merecer vai ter queme amar
tem que me falar palavras doces
com aquele gosto de fruta cítrica
aquela que a gente descsca e saboreia.
única.




rigoberto lima, silenciosamente tendencioso a gostar de frutas cítricas(uma em particular)

terça-feira, junho 20, 2006

querem samba?eu tenho...querem amor?eu dou

a melodia do meu samba
não é pra qualquer uma
a quebrada do meu rock
não é em vão assim
só ofereço se disser que me ama
e me aconchega
se falar que tua vida é pra mim

a poesia de cada palavra minha
não é à esmo
tem direção certa
é pra pegar você, moça bonita
é ligeira , é esperta
nitroglicerina contida.

minha vontade não é nem mestre-sala
tanto queira ou não queira
mas nessa avenida quero é você de minha porta-bandeira
tentando , forçando , amando até beijar
até onde a gente for
ou até onde o fim pingar.





rigoberto lima...mil e uma utilidades , só ele é assim , apaixonado por carro como todo brasileiro , pq se sujar faz bem , só se vÊ na globo.

quinta-feira, junho 08, 2006

e se ela só queria ser amada de um jeito
que lhe faltasse a respiração
quem é que poderia evitar , me diz!?
se ela sempre quase foi feliz...
só faltava um triz




rigoberto lima...nada de nada

segunda-feira, junho 05, 2006

"namorinho de portão"

"...Estou pouco me lixando se o restaurante tem várias cifras no guia da Folha, mas gostaria muito que a gente esquecesse das mesas ao lado e risse a noite toda, eu até brindaria com água sem bolhinhas. Sério que tem uma pousada mega-master com ofurô em cima da montanha e charretes cor-de-rosa que trazem o café da manhã? Dane-se, se você conseguir passar, nem que seja algumas horas, encantado pela gente, essa será a maior riqueza que eu posso ganhar...

...Você pode ter medo de monstrinhos imaginários e dormir com a porta trancada, pode ficar meio tristinho quando, numa festa cheia de amigos, lembrar que é sozinho no mundo, pode perguntar assustado no meio da noite “aonde você vai” mesmo sabendo que é só um xixi, pode até fazer piada com o seu medo de estar vivo, e pode, inclusive, ficar sério e quieto, de repente, por causa disso também...

...Sim, sim, música eletrônica é demais, celebrar a vida com os amigos é genial, pular bem alto é sensacional. Mas será que a gente não pode colocar um Cartola bem baixinho na vitrola e dançar sozinhos no escuro, só hoje? Será que a gente não pode parar de adjetivar o mundo e se sentir um pouco? Eu procuro você desde o dia em que nasci, não, eu não dependo de você nem para andar e nem para ser feliz, mas como seria bom andar e ser feliz ao seu lado..."

(quase que adaptado de tati bernardi)




rigoberto lima....plagiador descarado agora.

bibelô de ametista

cada cor...
céu de baunilha
grama bem verde
a toalha escarlate
e teus olhos de pólvora...
minha vontade de festim...

todo esse peso da cor de chumbo...
teu amor com gosto de cobre...
qualquer alumínio que desista...
e minha vontade
guardada num bibelô de ametista.







rigoberto lima , profundo entendedor de metais nobres e semi-nobres(ouro é dourado e prata é prateada)

segunda-feira, maio 29, 2006

segunda feira da paixão (de todo mundo)

ai...quem me dera sempre ter segundas
por muito e muito tempo
antes elas me deixavam tristes.
mas uma segunda chega porque me foi dado um sábado

e hoje vi , em uma segunda,
que é manso demais meu coração
o que posso e o que não posso
ao que digo sim e ao que verdadeiramente abro mão

o meu tempo é diferente...
ando mais devagar.
se não falo é medo.

passo a passo
trago nas mãos levemente calejadas e sujas de vida
uma saudade do que não tive

e cobro pouco por uma dor
alguns centavos e tudo se resolve
e eu decido onde a por

por bem querer cobro caro...
peço colo...peço beijo...peço cama...peço vida
peço novidade e sorriso todo dia
susurro ao pé do ouvido em madrugada despida

tenho nas mãos levemente calejadas só o que posso levar
uma sacola de vida , enrolada em papéis de tom claro
na esquina o que há de mais caro
é a vida que todas as segundas podem me dar.









rigoberto lima...músico , contista , suposto poeta , segunda feirista.

quarta-feira, maio 24, 2006

e qual a importância se já me disseram
"je ne sais pas dire je t'aime"?

á pôrra com tudo isso!!!!!!






tecla sap * je ne sais pas dire je t'aime - eu não sei dizer eu te amo *





rigoberto lima , sou o que mesmo no dia de hoje!?

terça-feira, maio 23, 2006

reflete

ela te olha não olhando...










rigoberto lima , hiperativo

segunda-feira, maio 22, 2006

nem todo espelho me reflete

tem dias que não vivo em mim
grito...nem eu mesmo ouço
cobro...nem eu mesmo faço
corro...e nem ao menos canso
páro...nem ao menos desço

só dou uma olhadinha pelo retrovisor
e fico na dúvida se dou um tchau
ou se aceno um meticuloso adeus
não sei se deixo passar
ou se passo e deixo os discos que são teus

não sei se peço desculpa
se caio enfim na farra
se mando tudo à forra
não sei se meu coração é fera
ou se é só medo de olhar pra fora
ou se mando tudo à porra

e relaxo..e me acalmo...e me acalmo






rigoberto lima , pensantivo demais(e isso nunca é bom!!!!!)

sábado, maio 20, 2006

iáiá

ei , meu bem
pra onde vai com tanta dor?
ei , amor
como é que segue com rancor?

iáiá iáiá iáiá

estrada , atalho e caminho
que ninguém sabe onde vai dar
e se você quiser eu te acompanho
e a gente descobre onde um desses vai chegar

não precisa...eu já digo que te quero
e é nessa estação que eu embarco , eu embarco
e eu espero

eu sinto o cheiro
quando você diz "eu te amo"
é só pensar e dá pra ouvir
quando eu te chamo

iáiá iáiá




ps:.essa já é música..terminada , finalizada e bonitinha!


rigoberto lima , feliz 4 vezes ao dia a cada 6 horas em doses homeopáticas

sexta-feira, maio 19, 2006

algum dia em céu azul
você me ia me dizer coisas
eu que não quis escutar
intransigente e esquisito que sou
vive a vida bem...não precisa vir pra mim agora não
que é calmo demais meu coração
tempo é curto demais...diz só sim...

e como ouvi um cara dizer ali...
"guarda um sonho bom pra mim"






rigoberto lima...agora plagiador de quinta!!!!!!!

quarta-feira, maio 17, 2006

minha cama é de retalhos

ela: - tenho defeitos que não dá pra se desfazer!tem que ser pra vida toda...coisas que não gosto em mim que você tem que aturar...tem dias que você vai se perguntar se quer me ter pra vida toda...se as saídas dessas estradas não vão te confundir...se não era melhor pegar um atalho...esses dias vão chegar , como sempre chegam pra todo mundo!

ele : - pra mim , você é simetricamente perfeita!por mais rostos que tiver...pra mim é obra fechada...é livro preferido!

ela : - é pra me agradar que você diz isso!

ele : - pro resto da vida.

ela : - assim eu me derramo pelo chão que nem a amelie no filme.

ele : - fabuleux!!!!

ela : - mas você já gostou de mais gente...amou outras...

ele : - minha cama toda é toda de retalhos...mas você é minha rede em varanda e ainda é meu cobertor em qualquer noite fria!

ela : - te amo também...passa o pão e a manteiga, por favor!!








rigoberto lima , num devaneeeeeeio sem fim na vida

terça-feira, maio 16, 2006

dia de capricórnio...noite de sargitário

hoje...
sou de mil caras...sou de mil bocas...sou de todos ao mesmo tempo...
e não sou de ninguem...
o sangue é espesso...a vida é que é rala
dela só carrego fogo , ferro e brasão
dentro de uma pequena mala
com um rosto rijo amando obedecer sempre a contramão

Hoje nada é maior do que eu
e eu não sou maior que nada
dia de festa pra quem perdeu
dia em que todo palhaço pega estrada

hoje deixo o guarda chuva de lado
caia o que quiser...o tempo que durar
hoje eu decido o tamanho do machucado
hoje quebro todas as promessas sem ao menos avisar

cada olho dessa cidade me pertence
não passe...não diga...não pense
hoje...eu digo...eu falo...mando...e contradigo
você ainda vai segurar minha mão...
e um dia vai querer é vir comigo.









rigoberto lima , adepto involuntário de insônia , admirador secreto de muita coisa , materialista sensitivo emocional, três vezes ao ano certo do que quer da vida...nas horas vagas calculadamente normal.

segunda-feira, maio 15, 2006

Ele ainda sentia o cheiro dela.O quanto aquele toque de mão na nuca dele causou um arrepio furtivo, indecente só pra ele.Claro!fez questão de disfarçar.Mas ele ainda sentia o cheiro dela.Tanto quando dizia que o amava...ela tinha cheiro de jardim florido, era quase material o aroma de descanso.E também sentia o cheiro dela nas horas mais escuras no quarto, cheiro de suor espalhado pela cama , de vários outros amores também , mas ele não ligava.Ele tanto sentia o cheiro do mamilo esquerdo...sim, ele gostava mais dele...sentia o cheiro do sexo dela...

e também sentia o cheiro do "eu te amo" dela.
esse deixava tonto.





rigoberto lima , pôrra nenhuma.

domingo, maio 14, 2006

so fine....a couple days

quero é banhar de chuva
e ficar com os pés descalços
ficar de rosto doído
deixar o resto sofrido
seguir o rastro de pedras amarelas
voar por cima de ruas paralelas

eu queria era quebrar todas as promessas
todas sem sentido
dessas pra vida toda...sem errar
queria era deixar o guarda chuva de lado
e atacar!





rigoberto lima , bêbado molhado nas noites de sábado , ainda vivo no domingo a tarde.

domingo, maio 07, 2006

wishlist

ela só queria ser amada...até perder o fôlego








rigoberto lima , músico , palhaço nas horas vagas e salva vidas

segunda-feira, maio 01, 2006

pay per view

você me deve sim.
você me deve um coração.
mas não qualquer um.
tem que ter garantia de 120 anos de amor
seguro contra perda, roubo ou agonia
que me ame...seja em que situação for for
seja no inverno , verão , noite ou dia.
que se derreta ao me ouvir falar de poesia
que me siga até o chuveiro
tanto com água quente ou vergonhosamente fria

você me deve sim...
e é um coração...
vim aqui pra receber...não é qualquer um
tem que me deixar sem começo , meio e nem fim.






rigoberto lima...inquilino

sábado, abril 29, 2006

onde fica isso?

e agora!!!!???´
pra onde é que se vai quando a estrada acaba
quando o verbo cala

te digo...
se vai pra onde
as maçãs tem gosto,
o certo é o oposto,
brisa macia de teu pálido rosto,
onde amor é fogo machucado que deixa rastro
tanto no chão , quanto no peito...
onde cada borboleta esconde a cor
e se tenta descobrir sem ser desonesto
e o que fica é só o que sobrou de nós...
o pó , o céu...o resto.



rigoberto lima
...poeta que não suporta fazer revisão ortográfica , músico que acha ridículo estudos demorados de escalas , mentiroso que adora mostrar a verdade nas mentiras que escreve.

terça-feira, abril 25, 2006

asas

me diz como é que faz
pra me desviar desse tiro
me diz como faço pra desviar de ti
me diz como faço pra correr
pra não cantar em lá , ré e mi
músicas que trazem em si
o que quero desmedidamente esconder
como é que eu faço pra me desviar de ti
sem saber em qual mentira me omitir
se nem eu sei o que é
se intrasigentemente me faz
se sorrateiramente me quer
se secretamente me tem
só eu sei o que você , sem querer, me traz

assim fraco , feliz , à toa...
sem medo...
sem problema..pode bater as asas, mas daqui , por favor...
não voa!


rigoberto lima , poeta de quinta , tocador de sexta , bebedor no sábado e ressacado no domingo

sábado, abril 08, 2006

....

em qualquer parte do mundo....
6 da tarde...a hora dos corações distantes...
hora das saudades desmedidas...
dos amores bem lembrados...
dos prazeres desafinados...
dos amantes mal dormidos...
dos silêncios acoados...
dos desesperos desmedidos...



rigoberto lima....músico de quinta , tocador de sexta , bebedor de cerveja no sábado

domingo, abril 02, 2006

- cadê minhas chaves?...será que deixei no bar!?
mas pra descobrir em qual deles agora é que tá foda pra mim!e como eu entro na pôrra dessa casa?e sem fazer barulho ainda por cima!?ai...Berenice vai me matar!
por que é que eu faço essas merdas?precisa!?
Berenice uma mulher tão boa , dona de casa prendada , sempre está a disposição quando eu , o marido , necessita de seus préstimos noturnos de alcova.
Nunca inventou essas frescuras de mulher metida a moderna , independente..."tô com dor de cabeça!com cólica"...lógico, só não quando ela menstruava...pau sujo de sangue é foda!nojo!
Berenice...grande mulher essa minha...largou aquela faculdade inútil de psicologia que ela fazia pra cuidar da casa depois que a gente casou...casamento legal o nosso...já cheguei com umas duas na cabeça...ai tempos bons...aquele monte de amigo artista viado dela na festa...umas bichas cretinas metidas com música , teatro essas inutilidades na vida de alguém...e eu tirando sarro da cara deles...dei uma bifa em um até no final da festa...muito engraçado!
PÔRRA!!!!!!!!mas como é que eu entro nessa casa!!??????
acho que se eu for por ali pelo canto do muro , pisar nessa dobra , colocar a mão aqui , subir e...
pronto pulei!!é fácil assim!?
a porta da frente aberta!?
malas!?
Berenice o que é que você tá fazendo sentada na sal...


caro leitor...me permita mudar de foco , de personagem e de visão!

Berenice nessa hora o manda calar a boca com a segurança das grandes mulheres.Ele inútil...obedeceu. Você que pensava que ela tinha feições graves ,gestos rudes , fosse vulgar...enganou-se.
Berenice era altiva.Casar com um bêbado desses?um erro fatídico de Deus...hoje reparado.

- Hoje é o último dia das crianças e o meu aqui nessa casa.
Não sei o que vi em você.Renunciei de muita coisa em minha vida por causa dessa casa...meu amigos não vi mais...livros nunca mais li...amor?acabou depois que saí da igreja.
Sempre te servi...com minha comida , com minha atenção , com minha pena , com meu corpo!
quando queria ser escutada nunca era...minhas vontades deixadas de lado...chorando minhas mágoas e dores ali na mesa de cabeçeira toda noite...engolindo a seco o que o mundo me dáva.
Tanto tempo sem saber por que tô junta de ti...acho que só por estar...por comodismo...por medo de ficar sozinha...medo de ser usada por outros homens...você me usava mas pelo menos era um homem conhecido...você sempre me amedrontando...me calando...me fazendo perder sem nem ter jogado...sempre pensando que você ia melhorar , acreditando nas tuas desculpas..."não..dessa vez ele mudou!"...idiota...
escrava...servil...puta das tuas horas fáceis...
mas acaba hoje...as crianças já foram...eu te esperei pra dizer isso...
passar bem!

Berenice pega as duas malas com as parcas roupas de mulher de casa e sai.Bate a porta sabendo que já ia tarde.

volta bruscamente...
- Teu pau é pequeno e nunca gozei contigo uma vez sequer.
bate a porta e vai embora pela manhã cada vez mais evidente.






rigoberto lima....dono de mil amores silenciosos , músico de quinta , contista de sexta , bebedor no sábado.

sábado, abril 01, 2006

pôrra , Berenice!!!!!

- pôrra!tenho que mudar de vida...Berenice quase me botou pra fora de casa semana passada...e eu ainda faço essa merda hoje!madrugada escrota!garoa cretina!minhas meias já estão ensopadas e eu destesto meia assim.pelo menos sobrou dinheiro pra pegar um táxi...mas onde é que eu acho a pôrra de um táxi agora!?
...tenho que mudar de vida
...ser mais presente em casa
...dar brinquedo pras crianças no natal
...consertar o carro
...fazer amor com minha mulher duas vezes na semana
...lembrar do aniversário de casamento
...ter uma amante fixa apenas
...coisas de homem de bem , homem de família...mas , PÔRRA...Berenice me disse que se eu chegasse tarde de novo eu nem entrava...acho melhor levar um presente pra ela...
mas onde eu vou achar um presente pra esposa raivosa que ressona no doce aconchego do lar , provavelmente com o 38 debaixo do travesseiro , me esperando.AH...mas eu adoro aquela ruiva , me deu três crianças lindas...Certo que não muito inteligentes , mas lindas...

Baltazar, o mais velho...16 anos...4º série...cabeça meio lenta , mas bom coração.

Daniel , o do meio...14...fala pouco...bonito...mas desleixado...acho que essas coisas que ele anda usando...aquele pacotinho de maconha que achei nas coisas deles...um pai tem esse direito de bisbilhotar as coisas dos filhos(certo que eu procurava uns trocados no guarda roupa deles pra jogar , mas uma coisa não anula a outra)...menino de merda...mané...sabe nem embolar um cigarro de maconha!será que eu eu ensino..não falam sempre que pai tem que ensinar coisas de importância pra vida do filho!?deve ser esse tipo de coisa!menino escroto...custava ele vir me dizer que tinha?brigar eu não ia!!!mas deixa...depois eu falo com ele e tento dar uma de bom pai e confisco o fumo que ele tem no guarda roupa!menino escroto!mas bonito pelo menos!

Dalila...a mais nova...12 anos..linda...inteligente...a melhor da classe...puxou as sardas da mãe ....os olhos da avó...os cabelos lisos e ondulados...como li uma vez um autor dizendo , como era o nome desse viado(é ..por que todo escritor é viado...todo mundo sabe disso...é claro..se meter com essa merda...esse meiozinho de arte...tudo viado)..."a beleza que transcende seu tempo , nos homens vontade e às mulheres inveja"...essa é minha filha!!!ma aquele namorado dela..sei não...depois do aborto que ela fez ano passado não confio tanto assim nele mais não.
minha família!!modelo de alicerces bem firmados como o padre disse naquela missa a uns tempos atrás que eu fui...aliás Berenice me levou!

Pôrra..mas Berenice...que é que ela vai fazer!?e aquele presente!?nada...vou é voltar naquele bar lá atrás que ainda tá aberto e tomar uma cerveja que ainda tá em tempo...Berenice!?mais tarde eu me resolvo!


to be continued...



rigoberto lima...contista frustrado , músico de meia tigela , dono de mil amores silenciosos.

quinta-feira, março 23, 2006

a vulva e a valva

A vúlva e a valva (não contem a Gabrielle)

Era sábado.O sol queimava como se precisasse dar satisfação a alguem:fraco.E era só ele que testemunhava aquele corpo nú e triste.
Quarto grande.SEgundo andar.Bairro limpo.Chique.De gran finesse.Mas era um puteiro , de luxo , sim...mas ainda puteiro. Putas de luxo , sim...mas putas. Mulher que vende amor , vende o corpo , vende ilusão...mais ilusão do que qualquer artista possa fazer.
O sol passava sorrateiro pela janela e pelas cortinas despretenciosamente mal fechadas ou mal abertas (não se sabe e nem tem importância alguma aqui)...a cama ficava de costas pra janela.E aquele corpo triste deitado ali.Nú.Gabrielle.O nome daquele corpo , triste corpo era Gabrielle.
E apenas o sol se deliciava passando pelo rosto dela.Rosto deliciosamente sugestivo ao sacrossantismo , ao puritanismo , ao beijo , a felação.Pele branca ,quase lactínea.Depois pelo pescoço.Pelos peitos(falar seios seria muito diminutivo aquela obra de digna de picasso) cheios , fartos , certos ...e mamilos que pareciam só se completar na presença de uma lingua a acariciá-los.
Depois o sol deliciava-se com a barriga.AH!esse sol..só ele por testemunha desses encontro do santo e o devasso.Abdômen rígido...pêlos levemente dourados e muito sutis e educados ao contato externo.Ventre.Monte de Vênus.Vulva.Ela sim.em toda sua magnificência.Colocada na terra como um mártir para propiciar a grandiosidade humana tanto a reprodução de tão nobre raça quanto ao seu deleite sexual, voyerístico ou masturbatório.Ah!!!senhores...a vulva.Só ela salva.Mas essa vulva já tinha visto muitos homens , já tinha deixado alguns felizes , outros perdidos , outros enojados...mas a verdade é:já tinha se defrontado com vários homens de diversos tamanhos , cores , pesos , grossuras em várias batalhas de intensidade vulgar e intensa.
Mas só um desses homens fez essa vulva mais feliz , mais querida , mais acolhida , alegre e por assim dizer,lubrificada.
E ele repousava naquele momento , fraco e inerte de suas forças vitais, no hospital.Coração.Problemas.E nome curioso tinha o problema desse coração:valva.
e pra ser mais exato a valva aórtica que permite ao sangue fluir do ventrículo esquerdo à aorta ascendente.
E aquele corpo resumido á cabeça dos homens a uma vúlva sofria por conta das valvas de um cardíaco.Cardíaco, esse , que era bom homem , tinha feito fortuna , trabalhando desde cedo na bolsa de valores , mexendo e remexendo com números , números grandes quase que comparáveis ao infinito, sempre exato e competente na labuta do ganhar dinheiro.Mas aquela máquina de bater nunca tinha se apaixonado na vida inteira...e se pra ele era desespero pq aos 49 anos sua valva aórtica o fez cair em uma maca de hospital e o encher de tubos e artes medicinais que os médicos de hoje o obrigaram a se submeter.
E o seu único amor?o único que tinha tido?Era um puta de luxo.Sim.Mas puta ainda.A única mulher que o fez feliz , terminantemente ectasiado de gozo e amor.Tinha sido ela, Gabrielle e sua vúlva.
Ela chorava por seu cardíaco e só o sol olhava.Mas o médico tinha dito que aquilo poderia ser facilmente resolvido.Uma intervenção cirúrgica.Um bisturi.Sangue.Aquela vulva não gostava de sangue.Gabrielle não gostava de sangue.Mas o médico disse.E aquela tristeza não era de luto...era a simples tristeza de saber que se era puta e seu único homem, ao qual ela poderia chamar de dela estava no hospital.Mas o médico disse.Ele ficaria bom.Viajariam.Trepariam e fariam amor várias vezes ao dia.e tudo ia ser bom.
O primeiro homem da vida dela.
A primeira mulher da vida dele.
E tudo seria bom.

Era sábado, 5 e 57 da tarde.Ela se animou vestiu uma roupa mais discreta e foi visitá-lo.Comprou flores.E levou uma foto dela pra colocar ao lado da cama do homem de negócios.Dali até o hospital eram 25 minutos de carro.

Depois das flores ela foi direto ao hospital.
Ele se foi também.Teve parada cardíaca as 5 e 56 da tarde.
Gabrielle iria chorar até os olhos secarem.Iria se vingar da providência divina nela mesma...não nos pulsos , na cabeça ...mas na vúlva.Homens...vários homens iriam conhecê-la até ela não se chamar mais Gabrielle e só ser a vúlva.
Mas ela choraria mais ainda, não pela perda em si...mas se soubesse que o último pensamento dele até mesmo na hora da dor tinha sido pra ela.
Isso ela não saberia.
Por favor nao contem a Gabrielle.




rigoberto lima , contista de quinta , músico de sexta , fotógrafo de nada

terça-feira, março 21, 2006

- quer um cigarro?
- não fumo.
- quer uma bebida?
- não bebo.
- uma carreira?
- não cheiro.
- mas que pôrra de puta é você...não bebe , não fuma...!?!?e fica com essa cara de rainha pro meu lado...tá pensando que é rainha , é!?(ele diz isso já pegando os cabelos dela pr trás e puxando...seu rosto já parece que transfigurado)
- solta meu cabelo , pôrra!você sabe que eu odeio!

ele até queria maltratá-la.mas ele é vulnerável a ela.o que ela pede ele faz.e rapidamente ele solta.a raiva passa a se transformar em choro no rosto dele.MERDA!ele pensa.

- perdi minha família por tua causa , perd...
ela estende a mão a ele mandando-o parar...
- você perdeu por sua causa e não minha.tem dinheiro ou não!?
ele choramingando.MERDA!pensa de novo.e cabisbaixo vai perder todo o dinheiro dele de novo , do mesmo jeito.
- tá!sobe!tira a roupa e deita na cama.já eu subo!vou pegar alguma coisa pra beber.
ela já sentia o cheiro do dinheiro.ele, da vagina dela.




rigoberto lima , músico por opção , contista indecente e sem escrúpulos.

segunda-feira, março 20, 2006

bota fé?

o anjo e a prostituta

ela passou por mim , eu, de costas, senti que era algo de extraordinário que me atiçava as narinas, fazia tremer as pernas e avolumava as calças.era dia quente , era meio dia , era dia de feromônio.feromônios que me fizeram olhar pra trás , que ela exalava por todo e qualquer poro daquela camada fina de pele.e eu sabia que era fêmea.sabia que ela queria.ela passava pela calçada.ela passava..e como passava.poderia ter olhado pra tantos , mas olhou pra mim.olhou não:catou.logo a mim.triste, mas não caído , rosto comum , eu era peso médio.e logo ela , logo ela...carnes não fartas , ancas não largas.mas tudo em seu ponto , com exceção da boca e dos seios que induziriam homens públicos ao erro , os homens santos ao pecado , os homens errados ao acerto , os homens certos ao inferno , os de família ao adultério e a mim...a mim a sabores escondidos entre as pernas , a suores extremos , respiração ofegante e jorro.
- bebe alguma coisa?
- o que vc quiser pagar.

- vinho?
- tá quente...paga uma cerveja(de uma elegância que só me fez avolumar ainda mais as calças.me curvei na cadeira pra minha vergonha não ficar à mostra)
- garçom...cerveja pra moça aqui.
- moça!?(ela riu de lado.discreto, claro!)
cerveja à mão.
- Você é sempre assim!?
- assim como?
- devassa.
- não...só aos finais de semana nos anos bissextos.e vc , é sempre assim direto?
- claro(pura mentira eu disse , óbvio...nem sei por que na verdade falei aquilo , nunca fui assim...mas era o feromônio...tinha certeza...era culpa dele...e dela!e não sei por que... continuei)- um dia quente desses vc aparece aqui nessa calçada , calçada com bares , e bares com homens , e homens com sede e fome de boceta ( não sei como isso me saiu da boca) , em um dia quente e dias quentes "moça" nos fazem exalar mais cheiro de intimidade rasteira e suja.e ainda com um vestido desses onde a gente enxerga direitinho teus mamilos desenhados em silhueta no tecido fininho.

não é o que se mostra mas como se esconde.

não deu dois tempos , antes deu conseguir estender a mão até a minha cerveja no balcão e ela já estava com sua lingua enfiada na minha boca , sua mão esquerda cravejando minhas costas e sua direita me fazendo feliz e mais avolumado dentro da agora apertadíssima calça.direita essa que tiro logo , lembrei que era dia , que era rua , que era feromônio.

dez minutos e 34 segundos depois...........

no apartamento dela........

na mesa da sala.......

vc gosta como?
ah de qualquer jeito!
tira essa roupa(mas ela rasga e perco uma camisa que eu gostava pra caralho...três botões).
e a calça...a tão sufocante calça...ela tira..e minha vergonha de instantes atrás explode diante da boca dela...que língua , que boca , que pele...criança com seu doce predileto!
era o feromônio...sim ...era ele!

pôrra!!!!sai...tira....quase que esporro na sua boca, mulher!

e daí!tô acostumada...em dias de lua crescente até gosto!
enfia?

ela não pediu...ela perguntou.aquilo me pegou de jeito , me fez bambear , cambalear , apaixonar..mas não! não podia me apaixonar, aquele dia era algo de extra na minha vida...uma mulher daquelas e eu?
mas ela tinha pedido...uma semi-deusa daquelas me pedindo alguma coisa , com aquele olhar tenro e suado.e os cabelos molhados com o suor de seu esforço que passavam pelo seu rosto só he davam um ar de perdição.minha perdição!

e foram as duas horas , trinta e quatro minutos e 20 segundos mais graves da minha vida.
dentro dela era quente, úmido e molhado.
comprovei uma vez.duas vezes.três vezes.
o que poderia ser isso?feromônios , claro!

na terceira vez...na iminência do gozo fútil, ela fazendo barulhinhos, frases ou gemidinhos no meu ouvido com a boca , a tarde mais quente como nenhuma outra já tinha sido , eu dentro dela , ela inteira minha , eu inteiro dela (ao menos nessa tarde!)...ela no meio do gozo me pergunta quase que inauldivelmente , por causa dos espasmos:
- teu nome?
- gabriel...e o teu?(tão inaudível quanto o dela?)
- madalena, prazer.
ela gozou.eu não consegui mais.

sehoras e senhores...eu já não era mais um peso médio.



rigoberto lima , bobo da corte , músico por insistência e agora contista de novelas curtas e vulgares.








quarta-feira, março 15, 2006

ei , você!

olha menino!
olha menina!
o amor dessa vida é pouco
e a gente tem q usar
é nesse mar de loucura
que quero me acabar
carnaval de loucura
e hoje eu vim pra rezar


rigoberto lima....escritor de bula de remédio , bobo da corte , vagabundo devidamente especializado

segunda-feira, março 13, 2006

quem de vcs já amou?
quem de vcs já deu vexâme?
quem de vcs já negou?
quem de vcs já se arrependeu?
quem de vcs já disse coisas e ficou com vergonha?
quem de vcs já beijou sem querer?
quem de vcs já trepou sem querer?
quem de vcs naum ficou , ao menos uma vez na vida , com medo do escuro?
quem de vcs naum engatinhou antes de andar?
quem de vcs naum andou antes de correr?
quem de vcs vai duvidar!?
quem de vcs não quis beijar alguém até sangrar!?


rigoberto lima , músico frustrado , bobo da corte , fotógrafo minimalisticamente insensível

sábado, março 11, 2006

remix:eu em verso e prosa

não sou um signo mal lido do zodíaco
sou o casal divorciado inesquecível
sou o ataque de soldados inevitável
sou o que bate dentro do peito de um cardíaco

Você não é falsa paz que vigora depois da guerra
Você é a boca que diz que me ama e me beija,
É a multidão que grita e me apedreja
Caçador que me mata antes de cair por terra


rigoberto lima...músico , bobo da corte

quinta-feira, março 09, 2006

masturbação...q é isso!?

tive uma infância feliz....
joguei bola descalço em rua de pedra com os vizinhos
tive um affair típico de crianças de 11 anos com alguma vizinha
ainda se era criança com 11 anos naquele tempo
tive uma paixão por uma vizinha mais velha
brinquei com meus primos..
.muitos primos...distantes hoje , mas ainda primos queridos
viajava com a família nos fins de semana para um sítio
banhava de cachoeira
tinha a inocencia de não saber o que era masturbação(lógico... com um nome menos científico que esse)
tive disco do balão mágico dos saltimbancos e da xuxa(meu pecado musical)
andava em cima de muro
adorava subir em pé de goiaba e siriguela
adorava tomar simba
banhei muito de chuva
tive medo da cuca
brinquei perto de poço
não tinha video game...aliás nunca fez falta...
tive catapora
quando brincava com meus bonecos fazia barulhos esquisitos com a boca
, era um ótimo sonoplasta...
adorava a hora do recreio
fiz primeira comunhão
e não entendia pra que era aquilo
meus pais me fizeram passar vergonha na frente dos colegas
adorava dezembro
arranquei dente com a mão
fui dormir no quarto da mamãe com medo
já quebrei braço brincando
adorava a casa da vovó já vi sem querer meus pais....(ecaaaa..naum quero nem lembrar!!)
tive mil amores silenciosos no primário


reclamar do que mesmo!?

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

acorda , mulééé!!!!

acorda pra vida , flor
que o tempo é pouco
e o que falta pra tudo é amor!!!!!
mas não afoita não...
que pressa demais pra vida
machuca nóis e deixa brasão de dor!


ainda na sessão "eu em verso e prosa"



todos os textos , poesias , crônicas , versos , insanidades , devaneios e disparidades postados aqui são de autoria de rigoberto lima

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

ei....formiguinha!

- formiguinha, brinca comigo hoje só...
sai da toca vem me abraçar.
- não dona tamanduá, que a chuva cai me mata
me molha de dar dó
e meu coração já é fraquinho
já chora e seca até dar nó.