Amaliah é daquelas mulheres das quais vale a pena um homem tentar convencer. De que ele é bom pra ela. E pro resto da vida. Não é presa ao tempo dela. Transcende. É atemporal. Não importa idade. Quando foi pra ser filha mimada com seus doces e choros ela o foi. Quando foi pra dar seu primeiro beijo na esquina da casa de sua tia-avó Lenilda, no Ramiro, garoto de poucas palavras, sem muito jeito, ela o deu. Quando foi pra sentir o primeiro crescer de carnes inferiores de um garoto, na festa da casa da prima, no corredor mal iluminado apenas pelas luzes da festinha entre a cozinha e a sala, ela o sentiu. Se assustou um pouco. Mas apertou as coxas por sobre o volume. Gostou. Não, não...tomou gosto. Quando foi pra se apaixonar, se perdeu naquele espaço entre a vida de acordar, comer,dormir e as horas que se passam no não-espaço de gostar, onde pouco ou nada importa...vozes, cores, fomes. Quando foi pra ser rejeitada o foi com todo garbo e agonia que apenas rainhas do cotidiano o sabem fazer. Chorou, praguejou, jurou mil vezes esquecer, mas como toda mulher deixada não soube cumprir suas próprias e simples promessas.
Quando foi apenas deitar por deitar deu a esses homens noites de garfo, faca e boca cheia. Elameou essas camas como poucas putas já fizeram. Quando foi pra ser esposa o foi respeitando com todos os medos a rotina de café, almoço e jantar que o cargo exige. E foi mãe. Daquelas de útero cheio. De leite farto. Foi dessas que amou desses amores de entranha, de fêmea. Quando perdeu, foi de perder tudo. Filho, marido e geometria de vida. Dois anos de entrega a qualquer sensação corpórea que a fizesse esquecer da vida que teve. Negação simples. Caso fácil pra qualquer especialista. Assim, sem segredos. Dois anos até aquela noite. ela tinha decidido que seria ali. Se perdeu entre pílulas, comprimidos, doses. Era questão de tempo, pouco tempo, até fazer efeito. Mas depois de ingerir a química que iria fazer seu corpo perder os sinais vitais, naquele fim de festa, onde pouco importavam pudores, três mulheres entrelaçam as mãos entre si ao lado dela, uma já está com a blusa acima dos seios bem redondos, amaliah avista na pouca iluminação da festa, ele: Gabriel. Tem os cabelos enrolados, pele morena, rosto quadrado, agudo, o olhar só não é mais forte por conta de tanto álcool correndo pelo sangue, e para amaliah, ele tem asas. Sim, ela vê asas. Um anjo barroco. Não! Ela não quer mais ir embora. Quer ficar ali, perto dele. Ela sente que ele tem calor, e depois de tantos frios, de tantos invernos, tantos cobertores sem calor, ela não tem mais forças pra ir atrás de amor. Mas ele tem. Amaliah se levanta, trôpega, e vai em direção à ele. Que já tem outra mulher em sua companhia. Linda. Corpo, milimetricamente, perfeito. Os dois não trocam palavras. Sentem. E saem os três dali pra algum quarto vagabundo na cidade. Apenas vão. Amaliah perde os sinais vitais depois de 50 minutos saída da festa. Vê seu corpo sobre a cama. Chora, grita. Mas o casal que faz sexo ao lado de seu corpo não se afeta. "mas ainda estou aqui...não fui pra lugar nenhum". Amaliah, vê o Gabriel dormindo. Sabe que ele vai ajudá-la a voltar pro seu corpo. Como? não sabe.
Quando foi apenas deitar por deitar deu a esses homens noites de garfo, faca e boca cheia. Elameou essas camas como poucas putas já fizeram. Quando foi pra ser esposa o foi respeitando com todos os medos a rotina de café, almoço e jantar que o cargo exige. E foi mãe. Daquelas de útero cheio. De leite farto. Foi dessas que amou desses amores de entranha, de fêmea. Quando perdeu, foi de perder tudo. Filho, marido e geometria de vida. Dois anos de entrega a qualquer sensação corpórea que a fizesse esquecer da vida que teve. Negação simples. Caso fácil pra qualquer especialista. Assim, sem segredos. Dois anos até aquela noite. ela tinha decidido que seria ali. Se perdeu entre pílulas, comprimidos, doses. Era questão de tempo, pouco tempo, até fazer efeito. Mas depois de ingerir a química que iria fazer seu corpo perder os sinais vitais, naquele fim de festa, onde pouco importavam pudores, três mulheres entrelaçam as mãos entre si ao lado dela, uma já está com a blusa acima dos seios bem redondos, amaliah avista na pouca iluminação da festa, ele: Gabriel. Tem os cabelos enrolados, pele morena, rosto quadrado, agudo, o olhar só não é mais forte por conta de tanto álcool correndo pelo sangue, e para amaliah, ele tem asas. Sim, ela vê asas. Um anjo barroco. Não! Ela não quer mais ir embora. Quer ficar ali, perto dele. Ela sente que ele tem calor, e depois de tantos frios, de tantos invernos, tantos cobertores sem calor, ela não tem mais forças pra ir atrás de amor. Mas ele tem. Amaliah se levanta, trôpega, e vai em direção à ele. Que já tem outra mulher em sua companhia. Linda. Corpo, milimetricamente, perfeito. Os dois não trocam palavras. Sentem. E saem os três dali pra algum quarto vagabundo na cidade. Apenas vão. Amaliah perde os sinais vitais depois de 50 minutos saída da festa. Vê seu corpo sobre a cama. Chora, grita. Mas o casal que faz sexo ao lado de seu corpo não se afeta. "mas ainda estou aqui...não fui pra lugar nenhum". Amaliah, vê o Gabriel dormindo. Sabe que ele vai ajudá-la a voltar pro seu corpo. Como? não sabe.
rigoberto lima