olho pro lado.
mas não consigo tocar tua música
disfarço.
pode ser o samba ou um fado
comigo sempre entra em descompasso.
fazer o que, mulher?
deixa eu ir com você ou sem
esquece aquelas noites
que eu conhecia teus nãos tão bem
noites de banquete, faca, garfo, colher.
às favas, mulher!
deixa eu ir fazer a mala.
esquece daquelas tardes
molhadas no sofá da sala.
a vida é tão rápida e pouquinha,
já tentaram tanto, mas quer saber?
só dou boa noite
e mando eu na minha.
presa entre a unha e a carne
é de onde arranco cada palavra dessas,
secas, sem cuspe.
eu sei!
dá pra viver assim.
acho que nem eu acredito, mas se isso ajudar...
falar isso tudo
dói tão mais em mim.
dia desses saí pra passear.
lembrei de nós.
lembrei da nossa vida que esporrava em sexo,
você sempre pouco forçosa,
tua boca em mim tão generosa
minha mão sem pudor e sempre cheia.
rosnando e gemendo
em sussurros leves com voz arranhada de areia.
rigoberto lima (não faço idéia do que seja hoje)
quarta-feira, dezembro 19, 2007
poema sexo
Postado por rigoberto.lima às 3:13 PM |
terça-feira, dezembro 04, 2007
tempo+espaço+nós
tá vendo aqui
cada punho meu cerrado?
é pra assustar todos os dias de choro e medo,
todas as horas de comida fria
e os segundos que dão sempre errado.
eu só queria aprender latim mas você
me olhava e sempre ria.
todas as horas de óbvio da vida
onde chovia mas eu sempre ficava gripado.
dá pra ver daí
toda a extensão das minhas costas?
e todos esses passos largos pro lado de lá?
fica com o que sobrou
as brigas, os olhos, o suor e o sofá.
eu mesmo não volto mais
você sempre quis mais espaço
pois fica com esse cheio de ar e palavras feias
que está entre eu e você
não precisa me mandar as meias
coloca nos pés e usa pra se aquecer.
pediu mais tempo
pois aqui vai...a equação entroncada
que dá o logaritimo da nossa já tediosa
relação...
tempo e espaço são grandezas físicas
coisas tão grandes e absurdas
que nem sei se creio ou desacredito
mas somando os dois a nós,
você pediu pra ir,
eu disse "pra sempre" e tenho dito
se você não entendeu...
o meu pra sempre é do tamanho do infinito.
rigoberto lima (tentado a fazer música)
Postado por rigoberto.lima às 6:04 PM |